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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

o "meu" 4 patas

Quando tudo começou

Quem é que não gosta de cães? principalmente quando ainda são cachorros? São um mimo.
Foi assim que me apaixonei pelo meu "sobrinho/afilhado" de 4 patas "O Kuga", um cachorro lindo e fofo, com um olhar meigo e tricolor..

Tudo começou quando optámos por ter o nosso Golden Retriever..
Lembro-me que a minha irmã estava na dúvida em ter o Golden ou um "Bouvier Bernoise". Mas a minha mãe e pai acabaram por optar pela raça Golden, penso que o que pesou foi o facto do Golden ser um cão mais pequeno e com menos pêlo. Em termos de personalidade eram muito idênticos..queridos com crianças, dóceis, meigos e muito companheiros.

Desde que tivemos o nosso Golden que a minha irmã me dizia que gostava quando casasse de ter um cão, mas desta vez o "Bouvier Bernoise"..até para evitar comparações, etc..e assim ficou acordado.
Em 2009, após o casamento da minha irmã e sem nunca mais lhe ter tocado no assunto comecei a procurar cães dessa raça para lhe fazer uma supresa. Havia muito poucos criadores dessa raça em Portugal. Aliás, lembro-me que apenas existiam criadores em Aveiro e  Algarve. Falei com ambos os criadores mas apenas um tinha tido ninhada em Agosto de 2009.

Pus-me a caminho, lembro-me que combinei com o senhor numa rua e que depois o segui por uma estrada um pouco estranha. Estava com o meu antigo boyfriend (atual melhor amigo) e lembro-me que ambos estávamos com medo e com algum receio para onde nos estavam a levar.

Parámos em frente a um portão grande com grades azuis, mal nos aproximámos vimos os pais, lindos, grandes e peludos. O senhor pediu para esperarmos e trouxe os 2 cães.. um tinha o focinho mais branco e todo ele era mais escuro e com pouco castanho..o outro, apaixonei-me logo, focinho com um ar querido, lindo de morrer, cores proporcionais e pelo macio..resumindo:Todo ele era perfeito.

Como ainda faltava levar as vacinas e colocar o chip combinei que só depois disso me vinham entra a Lisboa. E assim foi.
Em finais de Outubro/inicio de Novembro, fui buscá-lo a Entrecampos, a um parque de estacionamento. Estava um carrinha branca e quando fui lá ter, lá estava ele numa caixa de cartão. A cheirar pessimamente mal, mas nem isso me travou, estava rendida àquele cão.

Um amigo meu deu-me boleia até junto da minha mãe, que me esperava perto da Decatlon em Alfragide, lembro-me como se fosse hoje :).

Como sabia que o meu pai era contra dar este cão à minha irmã, combinei levar o cao para casa dos meus avós até ir para o Porto (onde está a viver a minha irmã e cunhado).
Quando cheguei a casa dos meus avós (a minha avó adora animais, mas o meu avô que não é nada fã adorou o cão...quem é que não gosta de cachorros? parecem peluches...) lembro-me que o cão começou a correr pela casa, dava beijinhos, ladrava, enfim..estava feliz e eu também.

É impossível resistir a esta fofura
Fui para casa e sei que nessa noite o cão se fartou de uivar, imagino que tenha sido por estar longe dos pais e estar num ambiente que não conhecia. Tudo lhe era estranho e uma novidade.
No dia seguinte deparei-me com uma situação surreal. Era uma 5f e iamos ter jantar de familia em casa dos avós. Estava tudo excitado para ver o cão.
A minha prima, quando pega nele ao colo faz a seguinte questão: "o cão não tem um dedo a mais em cada pata????" fiquei chocada com aquela pergunta, sabia lá quantos "dedos" devia ter um cão", para mim era perfeito assim. Lá fui eu pesquisar e a verdade é que o cão tinha tanto defeito que para além de vir com um dedo a mais em cada pata veio com SARNA..só me lembro que no sábado, quando fui para o Porto, eu, a minha prima e avó todas nos cocávamos..resumindo: em vez de uma surpresa que ia fazer à minha irmã, ia entregar-lhe uma prenda "de problemas e despesas"..OH MY GOD!

A minha viagem para o Porto foi no meu carro, amarelo, eu e o cão..pus-me a caminho logo de manhã para chegar ainda de dia..foi a nossa primeira viagem. Estava feliz, ele veio num caixote a dormir a maior parte do caminho. Primeiro no banco da frente e depois coloquei-o no banco de trás. Foi tão bom! só pensava como é que ia fazer a surpresa à minha irmã? o que dizia? como fazia? colocava o cão no lugar da frente? no lugar de trás? dentro ou fora do caixote? e foi com estes pensamentos que a viagem passou num instante.

Achava mesmo que este cão ia fazer a minha irmã e cunhado mais felizes, afinal, eles tinham ido viver para lá a começar tudo do zero. Sem amigos, pouca familia (só avós e tia), trabalho novo..um grande desafio na vida deles e achava mesmo que o cão lhes ia fazer companhia, ia obrigá-los a passear e por isso conhecer novas pessoas, ia dar-lhes amor e carinho..tinha tudo para dar certo!.

Foi batizado com o nome Kuga, inspirado no carro!

Sempre que vou ao Porto fico feliz, estar com a minha irmã, a minha melhor amiga, a pessoa que mais amo é um sentimento que não tem palavras. Assim que nos vimos pedi para ela vir comigo até ao carro. Resolvi colocar o cão no banco de trás num caixote. Assim que ela o viu, vi um sorriso inexplicável, foi uma alegria enorme para mim e para ela..Ficou feliz, foi uma excelente ideia. :)
Lá tive que lhe contar que o cão tinha 2 dedos a mais :\ Demos banho ao cão, brincámos com ele, divertimo-nos à grande todos (eu, o meu cunhado e mana) um fim de semana perfeito.

Tudo estava a correr bem, o cão tirou os 2 dedos e estava já sem sarna..tudo corria bem e os anos foram passando. Á medida que o cão crescia, a força aumentava..era um cão com uma personalidade afável, sem roer nada, sem rosnar, rápidamente aprendeu a não fazer xixi em casa, enfim..o pior é que o cão era bruto e quando saltava para cima uma pessoa quase que caia..as lambidelas dele enchem a cara de baba e adora lamber orelhas :)..e um brincalhão. A verdade é que a minha irmã achava que este cão seria de personliade como o Ducky, um cão tranquilo, nada bruto, que não salta para cima, simples de passear e de porte médio..mas o Kuga acabou por ser um cão grande, com muita força, muita energia e super brincalhão. Resumindo, passou a ser o meu cunhado a passear o cão e a ir com o cão a aulas de treino.

Hora da brincadeira

Entretanto o Ducky infelizmente faleceu..Nesse dia os meus pais não estavam cá e a minha irmã veio para lisboa para estar comigo..ambas ficámos de rastos, era o nosso primeiro cão, foi um choque.
Lembro-me como se fosse hoje que de noite, alguém tocou à porta. Não estávamos à espera de ninguem..abri a porta e lá estava ele..a olhar para mim..só me vieram as lágrimas aos olhos..de facto se havia alguma coisa que me podia alegrar era ele...o Kuga estava ali para mim...o meu cunhado veio para dar apoio à minha irmã e trouxe o Kuga a pensar em mim...o melhor que me podia ter acontecido naquele dia tão triste..

lindo de morrer

Hoje em dia, a verdade é que sempre que estou mal, não há ninguem melhor que ele para me animar. Preciso dele e sei que temos uma ligação especial e única. Por mim, aquele cão era meu, Adoro a personalidade dele e adoro o facto de ser bruto e brincalhão..nisso somos parecidos.

Tenho um péssimo acordar, mesmo com mau feitio..e desde que o Kuga existe, sempre que durmo em casa da minha irmã e são horas de acordar, chamam o cão..ele vem ao quarto e começa a dar-me beijinhos, principalmente na orelha para em acordar..todo o mau feitio que podia surgir desaparece..acordo a rir, ás gargalhadas com aquele cão.

A língua que me faz rir

Agora, com o passar dos anos e com 2 sobrinhas, posso dizer que este cão é dócil com crianças..por muito que elas o chateiem, ele não liga, e quando se farta levanta-se e vai-se embora. sem nunca magoar, sem nunca rosnar, sempre amigo..um amigo bruto é verdade, mas carinhoso e paciente..a única coisa que ele pede é amor..muito amor!

Hoje em dia, já com 7 anos e após algumas operações, teve que ser castrado por ter um tumor na próstata, foi operado às orelhas, tem incontinência, ás vezes tem infeções urinárias..não pode correr na areia porque fica mal das patas..mas mesmo com todos estes problemas o cão nunca se queixou..sempre bem disposto, sempre pronto para a brincadeira..sempre bruto mas com muita vontade de ser amado.

Kuga em minha casa
Dedico este texto a ti Kuga, por tornares a minha vida mais feliz. Por me dares amor, carinho, por trazeres felicidade nos momentos em que só há tristeza..por me dares força quando preciso..por sem saberes me ajudares a ultrapassar os meus problemas..és a minha luz ao fundo do tunel. Obrigada pelas coisas boas, pelos momentos que passámos e passamos juntos..

Primeiro banho no rio em Caminha

Um especial obrigada ao meu cunhado por saber o quão este cão é importante para mim e  mo trazer quando mais preciso, quando mais ninguém será capaz de me ajudar a ter forças para enfrentar os problemas da vida..

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

homens..Até que a morte nos separe?"

Homens...Serão eles todos iguais?


O passo mais difícil na vida de alguém é escolher a pessoa certa. Aquela pessoa que nos vai acompanhar para o resto da vida..e fazer dizer o tão esperado "sim!"

Mas como saber se um determinado homem é a pessoa certa.. o príncipe encantado que vai lá estar na saúde e na doença..na riqueza e na pobreza..?

Hoje em dia, cada vez mais, é difícil ter um casamento para a vida. E eu percebo porquê.. somos umas incompreendidas.. acabamos por nos desdobrar para fazer tudo..a correr, enervadas, cansadas... a refilar no trânsito, a colocar uma musica calma para tentar acalmar os  nervos (sem qualquer sucesso), a descarregar na mãe ou mana por tudo e por nada.... e quando chegamos a casa após um dia de rastos, a pensar na máquina que ainda é preciso fazer, nas compras que é preciso comprar, no jantar que não se faz sozinho..abrimos a porta de casa e ali estão eles... no sofá, deitados, relaxados, com o ar condicionado ligado a ver novelas, futebol, filmes.. resumindo: sem  terem feito nada para adiantar trabalho.. para nós, mulheres, podermos chegar a casa e simplesmente relaxar após um dia caótico.

E, se questionarmos porque não ajudaram, porque não foram adiantando as coisas, acabamos por receber como resposta "porque são tarefas que gostamos de fazer em conjunto!" A sério que disseram isso? A sério que após um dia de correria para conseguirmos fazer tudo têm o descaramento de nos dizer isso?

Sejamos sinceras.. nessa altura o tempo pára um segundo, olhamos para eles e questionamos "o que foi que eu vi em ti?" "Porque será que gosto de ti?" "Serás o homem certo?" "nao percebes que assim não vai dar/funcionar?"

Queres fazer as coisas em conjunto? O truque é não dar resposta, mas começar as tarefas com ele bem juntinho a ajudar a colocar a mesa, a tratar da roupa e tudo o mais que nos lembrarmos que eles são  capazes de fazer sem atrapalhar.

..e o mais espantoso é que acabamos por conseguir fazer tudo sem sabermos como.



O pior é na doença.. quando são eles a estarem com febre parece que é o fim do mundo.. não conseguem fazer nada.. estão a morrer, precisam de atenção, de ajuda, de compreensão, de carinho..

Mas e quando somos nós?..

Aposto que a pergunta é "já estás melhor? Precisava de ir a um sítio, vens comigo?
Ou quando estamos cheias de dores de barriga e queremos/precisamos de ficar  em casa deitadas mas temos o cão da irma/amiga/vizinha para passear... Acham que vão com o cão passear sozinhos? Nem pensar.. aposto que a resposta é "vou contigo para te fazer companhia para não ires sozinha"..
E por muito que tentamos contra argumentar com algo como "mas se me podes fazer companhia também podes levá-lo a passear sozinho.." a e esposta imediata será "não, não..é bem melhor irmos os 2 romanticamente..!" Acham normal? Onde está o ajudar quando NÓS mulheres ficamos doentes? Aquela compreensão? Aquela ajuda tão precisa e preciosa?

Todos os dias é um desafio.. pergunto-vos será que os homens são todos assim? E com filhos? Será que melhoram ou pioram?

Para todas as mulheres que têm este desafio, um grande beijinho. Partilhem as vossas experiências e truques para lidar com os homens!:)